Tatuagem não tem idade


Executivo do ramo financeiro, Cláudio Lorenzetti, 68 anos, adiou por décadas o sonho de ter uma tatuagem por temer o preconceito principalmente no ambiente de trabalho. Este ano finalmente tomou coragem de entrar em um estúdio. Apesar das dores das agulhadas, saiu realizado com o rosto de Jesus Cristo desenhado no braço direito. “Sempre tive vontade de tê-lo aqui no meu corpo”, conta ele, atualmente consultor, que é um católico fervoroso. A esposa, Nilza, da mesma idade, não só aprovou a novidade como também aproveitou a onda e resolveu tatuar uma borboleta no pulso.
Depois de ter conseguido sair do submundo e conquistado as classes média e alta, agora a tatuagem também rompe a barreira da idade. É cada vez mais comum encontrar pessoas com mais de 60 anos nos estúdios e até famílias inteiras decorando o corpo. “Já tatuei um senhor de 80 anos”, conta Fábio Mancha, do estúdio Art Classic, de Santos, que tem percebido o aumento desse público nos últimos dois anos. “Atendo pelo menos duas pessoas por mês com idade entre 50 e 70 anos, a maioria mulheres”, comenta o tatuador.

O fato de os procedimentos terem se tornado mais confiáveis e menos dolorosos ajudou a quebrar o receio dos mais velhos, acredita o dono do Kiko Tattoo, Alexandre Rodrigues, do Rio de Janeiro. “Tatuagem não é mais uma coisa de gente maluca”, diz ele, que possui três lojas dentro de shopping centers cariocas. Esse público, porém, é mais exigente. “Eles só aderiram às tatuagens após o surgimento de equipamentos mais modernos, ambientes mais higienizados e bom atendimento”, afirma Rodrigues. Hoje, os estúdios sérios usam agulhas descartáveis, acessórios esterilizados e tintas de qualidade.


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