Oposição já considera como certa vitória do governo

Temer faz apelo à bancada por salário mínimo de R$ 545


Depois de mais de 5 horas de discussão e muita negociação prévia, a oposição e as centrais sindicais já admitem a vitória da proposta do governo de aumento do salário mínimo para R$ 545,00 neste ano. O projeto está sendo votado na Câmara dos Deputados desde as 13h40 da tarde desta quarta-feira. Inicialmente, os sindicalistas pediam um aumento para R$ 560,00 e os partidos da oposição chegaram a exigir R$ 600,00.
O presidente da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) já admitia a derrota por volta das 19h. “Acho que não vai dar. É muito difícil” disse a jornalistas. Para ganhar a votação, são preciso 257 votos. O parlamentar calculava um total de 150 a 180 para a oposição. Pedindo para não serem mencionados, deputados do DEM também admitiram a derrota.

Já as contas da base aliada já davam sensação de vitória aos governistas. “Sentimos que vamos ter coesão para ganhar", comemorava o deputado Paulo Teixeira, líder do PT, ao contabilizar 330 votos.

Temer
No meio do debate do PMDB sobre reforma política, o vice-presidente da República, Michel Temer, fez um apelo à bancada para a aprovação, nesta quarta-feira, da proposta do governo de um salário mínimo de R$ 545. "Queria aproveitar para pedir unidade na votação de hoje. Claro que não quero influenciar ninguém, mas, se for possível, atender ao discurso do líder (do PMDB) Henrique Eduardo Alves, para que nós déssemos uma demonstração de que esta é uma bancada unitária. Nós temos uma posição agora unitária a favor (do governo), podemos ter lá na frente uma posição unitária contra. Mas temos que ter sempre unidade absoluta. Isso dá poder e força política ao partido e à bancada", afirmou Temer.

O governo defende o valor de R$ 545 enquanto as centrais sindicais pressionam por um mínimo de R$ 560 e o PSDB insiste em R$ 600. O líder do partido na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN) disse que todos estão trabalhando com maior numero de votos a favor do governo. "Vocês vão se surpreender se pensam que a bancada do PMDB vai votar rachada. Vamos dar o maior numero de votos possível para o mínimo de R$ 545", afirmou.

Tiririca
O deputado Tiririca (PR-SP) afirmou nesta quarta que votará com o governo na proposta do novo valor do salário mínimo. "Eu voto com o partido, com o governo", disse Tiririca. Artista, o deputado tem evitado dar entrevistas e está disponível apenas para fotos dos fãs que todo dia o procuram na Câmara.
Com a presença registrada de 189 deputados, o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), iniciou nesta tarde a sessão extraordinária para discussão e votação do projeto de lei que fixa o salário mínimo em R$ 545.

Margem
O governo está confiante na aprovação do salário mínimo de R$ 545. Em reunião na manhã desta quarta-feira no Palácio do Planalto, ministros e líderes governistas bateram números, analisaram as bancadas aliadas e concluíram que o projeto será aprovado com margem ampla de votos.
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), avaliou que a proposta do governo terá até cem votos a mais do que os defensores do mínimo de R$ 560 conseguirão reunir em torno desse valor maior. A estimativa de líderes da base e de oposição é de um apoio entre 150 a 180 votos para o mínimo de R$ 560. Vaccarezza participou da reunião com os ministros Antonio Palocci (Casa Civil) e Luiz Sérgio (Relações Institucionais). O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), também estava presente.
Sem falar em retaliação aos deputados infiéis ao governo, Vaccarezza considerou, no entanto, legítimo que deputados da base exijam a demissão do ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), caso a bancada do PDT vote contra o valor fixado pelo governo. "É legítimo os aliados dizerem isso", argumentou.
Para garantir a aprovação da proposta e evitar o que seria a primeira derrota da presidente Dilma Rousseff no Parlamento, o governo endureceu o discurso com os aliados. A lista de votação desta quarta será a base para a distribuição de cargos de segundo e terceiro escalões e de empresas estatais. O ministro Lupi pode perder o cargo se a bancada do PDT, que se reuniu no começo desta tarde para discutir que posição tomar, votar a favor de um mínimo maior do que o fixado pelo governo.
Na manhã desta quarta, o líder do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), acusou o governo de ter montado na Câmara um balcão de negócios para conseguir aprovar o mínimo de R$ 545 e derrotar a proposta do valor maior de R$ 560. "A gente sabe que o governo partiu para fazer o enfrentamento político e não mostrar a viabilidade técnica do salário mínimo. O governo quer mostrar sua força, o imperialismo da era Dilma é o que está começando com ameaças à base. O governo montou um balcão de negócios. Quem não votar a favor não tem cargo, não tem emenda, não tem espaço", disse o líder de oposição.
Um grupo em torno de 50 sindicalistas ligados à central Força Sindical estava no começo da tarde no Salão Verde da Câmara para pressionar os deputados a favor do mínimo de R$ 560.
Fonte: Isto É


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