MEC divulga dados do Censo da Educação Superior

Nas instituições públicas de ensino superior, há um professor para 12,39 alunos. Esse índice é inferior ao verificado nas entidades privadas, onde a média é de 20 graduandos por docente, segundo o Censo da Educação Superior de 2009, divulgado nesta quinta-feira (13) pelo Ministério da Educação (MEC). Nas 2.314 instituições de ensino superior (IES) do país, o número médio de alunos por professor é de 17,4.
Há um total de 307 mil professores no ensino superior do país, sendo 36% mestre e 27% doutores. A proporção de mestres e doutores no corpo docente das instituições é maior entre as públicas (75%) do que entre as privadas (55%). Nas IES públicas, quase metade dos professores (48%) é formada por doutores; nas particulares, a maior concentração é de mestres (41%).

O professor da instituição privada é em geral jovem, com média de 34 anos, com mestrado e recebe por hora/aula. O docente da universidade pública tem em média 44 anos, é doutor e o regime de trabalho é em período em integral. Nos dois setores, o sexo predominante é o masculino.

Apesar da expansão de vagas nas universidades públicas, o número de matrículas caiu 2% de 2008 para 2009, passando de 1.552.953 para 1.523.864. Os números mostram um total de 5, 9 milhões de matrículas no ensino superior (público e privado) no país – 2,5% a mais do que no ano anterior.

De acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, essa queda tem ligação com uma mudança metodológica do censo, que tornou os resultados mais precisos. “É preciso verificar universidade por universidade. Havia uma inflação de matrículas. Detectamos várias universidades que informavam no censo alunos que tinham trancado matrícula ou já tinham deixado a instituição”, justificou.

A queda no número de estudantes nas instituições públicas se deu essencialmente nas universidades estaduais e municipais. Haddad ressaltou que o fechamento da Fundação Universidade do Tocantins (Untins), instituição que pertencia ao sistema estadual, com 75 mil alunos, também teve impacto nessa redução, assim como a migração de algumas universidades estaduais de Minas Gerais para o sistema privado.

Nas federais, entretanto, houve um crescimento de 20% no total de matrículas de 2008 para 2009. Nos estabelecimentos privados, o aumento foi de 4%.

A maioria (63,8%) das instituições de ensino superior (IES) do país é de pequeno porte, com até mil alunos matriculados. Os dados mostram que há uma grande concentração de matrículas em poucos estabelecimentos de ensino: 1.171 IES – 5,1% do total - detêm 48,9% dos alunos.

Em 2009, o Brasil tinha 2.314 instituições de ensino superior, sendo 89,4% privadas e 10,6% públicas. Esse total é 2% superior ao verificado em 2008. O crescimento foi maior no setor público (3,8%) do que no privado (2,6%).
Três em cada dez alunos do ensino superior privado têm bolsa
De acordo com o censo divulgado nesta quinta-feira, três em cada dez alunos do ensino superior privado têm algum tipo de bolsa ou benefício que os isenta do pagamento da mensalidade.
Entre o total de 1,2 milhão de bolsistas, 82% recebem benefícios reembolsáveis – que deverão ser pagos depois que o estudante concluir a graduação – e 17%, não reembolsáveis, como as bolsas oferecidas pelo Programa Universidade para Todos (ProUni).
Nas universidades públicas, 10% dos ingressos de novos alunos registrados em 2009 ocorreram por meio de sistemas de reserva de vagas. Os dados apontam que 69% usam como critério de seleção o fato de o candidato ter ou não estudado em escola pública. Um quarto das reservas de vagas é preenchida a partir de critérios etnorraciais.
Os cursos mais procurados do ensino superior
Os cursos de administração, pedagogia, direito e engenharia concentram quase metade das matrículas do ensino superior do país. Enfermagem, ciências contábeis, comunicação social, letras, educação física e ciências biológicas completam a lista dos dez cursos mais populares no Brasil.
Os números mostram que houve um crescimento de 13% na oferta de cursos, que em 2009 somavam 28.966. Esse aumento foi de 30% na educação a distância (EAD) e de 12,5% na presencial. As preferências dos alunos de graduações a distância são diferentes: pedagogia e administração concentram mais da metade das matrículas dessa modalidade (34,2% e 27,3%, respectivamente).

Outra diferença entre as duas modalidades é a predominância do tipo de graduação oferecida. Enquanto 71% dos cursos presenciais são de bacharelado, no ensino a distância as licenciaturas são metade da oferta. O censo confirma o crescimento da EAD, que já responde por 14% das matrículas do ensino superior.

Os cursos com maior número de alunos matriculados em 2009:


1.
Administração – 1,1 milhão de matrículas
2.
Direito – 651 mil matrículas
3.
Pedagogia – 573 mil matrículas
4.
Engenharia - 420 mil matrículas
5.
Enfermagem – 235,8 mil matrículas
6.
Ciências contábeis – 235,2 mil matrículas
7.
Comunicação social – 221 mil matrículas
8.
Letras - 194 mil matrículas
9.
Educação Física – 165 mil
10.
Ciências Biológicas – 152 mil

(
os números incluem graduação presencial e a distância)
Apenas 5,5% dos cursos recebem nota máxima no Enade
Apenas 5,5% dos cursos avaliados em 2009 pelo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) alcançaram nota máxima. O exame é aplicado a alunos ingressantes e concluintes de cursos superiores com o objetivo de aferir a qualidade do ensino oferecido. Cada graduação recebe uma nota em uma escala de 1 a 5, sendo que 1 e 2 são considerados desempenho insatisfatório; 3, razoável; e 4 e 5, bom.
Em 2009 foram avaliados 6.804 graduações em administração, arquivologia, biblioteconomia, ciências contábeis, economia, comunicação social, design, direito, estatística, música, psicologia, relações internacionais, secretariado executivo, teatro e turismo, e os cursos superiores de tecnologia em design de moda, gastronomia, gestão de recursos humanos, gestão de turismo, gestão financeira, marketing e processos gerenciais.

Os cursos com nota 5 representam 5,5% do total. Os que tiveram nota 4 são 17,8%; com nota 3, 44,2%; com nota 2, 28,4%; e com nota 1, 3,93%. Há ainda 1.260 graduações que ficaram sem conceito, porque não houve número suficiente de alunos participando da prova.

O Enade é utilizado para compor o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o Índice Geral de Cursos (IGC), indicadores que são utilizados pelo Ministério da Educação (MEC) nos processos de regulação.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que o momento é oportuno para divulgar os indicadores de qualidade, já que coincide com o período de matrículas. “Os estudantes poderão fazer suas escolhas até fevereiro para o início do ano letivo, então é ideal poder oferecer a eles esses indicadores para que possam fazer boas opções”, disse. 
Fonte: Redação Época, com Agência Brasil
 

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